Entrevista - Jeremy Van Horebeek
- DirtAction
- há 1 dia
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O piloto belga de 35 anos foi uma referência no Mundial de Motocross durante 17 anos, fez parte de grandes equipes oficiais, como Yamaha, Honda e KTM, entre outras, e representou seu país no Motocross das Nações em várias oportunidades, ajudando a Bélgica a ser campeã em 2013, na Alemanha, e vencendo a categoria 250 em 2016, na Itália. Em toda a sua carreira no Mundial, conquistou resultados marcantes, chegando a fazer parte dos candidatos a títulos da MXGP e sendo vice-campeão em 2014, para se aposentar profissionalmente do campeonato em 2023.
Nesta temporada, ele foi contratado pela Honda Brasil para participar no Brasileiro de Motocross, o MX1 GP Brasil. Apesar de perder as primeiras etapas em virtude de uma lesão na pré-temporada, em Santa Cruz do Capibaribe (PE) e Brumadinho (MG), ele simplesmente foi perfeito, com destaque para a primeira bateria na cidade mineira, quando caiu na largada, foi para as últimas posições e venceu a prova após uma incrível corrida de recuperação.
Conversamos com o piloto belga que finalizou a temporada na terceira posição do Brasileiro, mas já mostrando que é um dos pilotos mais velozes do campeonato e pode brigar pelo título nacional.
DA – Como surgiu a oportunidade de competir no Campeonato Brasileiro de Motocross?
HOREBEEK – O Reinaldo (chefe da equipe Honda) já estava tentando me levar ao Brasil há alguns anos, mas não foi fácil, com outras coisas no meu programa. Agora eu tinha um tempo livre maior e decidimos tentar.
O que estava fazendo antes de aceitar o convite para correr no Brasil?
Estava – e ainda estou – testando os pneus da Pirelli, e estamos construindo uma casa nova. Dedico muito do meu tempo a isso, e ser pai de dois filhos também ocupa muito tempo.
Você não participou nas primeiras etapas do Campeonato Brasileiro de Motocross devido à uma lesão. O que aconteceu e como foi a sua recuperação?
Fraturei a coluna e o esterno numa corrida de praia de três horas. Foi uma lesão muito grave. Agora, seis meses depois, posso dizer que estou totalmente recuperado e no dia 9 de outubro irão retirar as partes metálicas das minhas costas.

Houve tempo suficiente para se preparar para o Campeonato Brasileiro? Como foi a sua adaptação com a Honda CRF 450R?
Não, antes da minha primeira corrida, só estive 5 horas na moto. Por isso, foi muito difícil. Não pilotava uma Honda havia muitos anos.
Você participou nas etapas em Cuiabá (MT) e Palmas (TO). O que achou dessas pistas?
Não são bem as minhas preferidas, as pistas eram muito pequenas em comparação com as do MXGP, e não foi assim tão fácil me adaptar às pistas.
Qual foi o seu maior desafio nas provas do campeonato?
Ficar em forma depois da minha lesão! Todo o resto não é muito difícil porque ainda tenho velocidade e nível muito elevados.
Você tem uma carreira internacional marcante e competiu com grandes nomes do esporte mundial, como Antonio Cairoli, Jeffrey Herlings e tantos outros. O que acha do nível dos pilotos brasileiros?
O nível é bom, não como os pilotos do MXGP, mas têm um bom nível, especialmente porque tenho 35 anos e a maioria dos rapazes é bem mais novo que eu e ainda tem muita garra!
Você venceu as duas últimas etapas do Brasileiro. Como foi voltar a ganhar corridas?
Foi bom voltar a vencer, especialmente pela Honda do Brasil. É algo muito bom e estou feliz por já ter conseguido dar algumas vitórias para a Honda.
O que gosta de fazer no seu tempo livre?
Ser marido e pai é o que mais me ocupa, mas eu simplesmente gosto de aproveitar a vida e praticar muitos esportes.
Você competiu muitos anos no Mundial de Motocross, campeonato que mudou muito nos últimos anos. Como avalia o MXGP atual?
O MXGP tem muitos pilotos lesionados este ano, por isso parece que o nível ainda é muito elevado. Mas não tantos pilotos neste momento. Quanto ao resto, não acompanho muito.
Fotos Ney Evangelista/Mundopress
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