Motos oficiais - AMA Versus MXGP - As diferenças

Talvez alguns fãs do motocross mundial não saibam que as motocicletas das equipes de fábrica nos Estados Unidos e no Mundial de Motocross são bem diferentes. Isto porque nos Estados Unidos, existem muitas regras quando a preparação das motocicletas, enquanto que no Mundial, existe a possibilidade de se utilizar protótipos, como a Honda oficial do espanhol Ruben Fernandez, um protótipo bem diferente do modelo de série, inclusive com a moto oficial do companheiro de equipe de Fernandez, Tim Gajser., com motor, chassi e ciclística totalmente redesenhados se comparados com o modelo de linha.

E isso se fez mais presente no Motocross das Nações, que aconteceu entre os dias 07 e 08 de outubro no Estados Unidos, no circuito de Ironman Raceway. E para você ter uma ideia dessa "distância" entre as motos oficiais da América e da Europa, comparamos a Yamaha YZ 450F do campeão americano, Eli Tomac (#4), e a moto do campeão mundial, o francês Máxime Renaux (#15)

A começar pelo chassi, que no caso da Yamaha de Renaux é totalmente preparado para o piloto, com alterações específicas, para também receber itens como o tanque de combustível, amortecedor traseiro, entre outros acessórios. Já a moto de Tomac, apresenta pequenas alterações para o posicionamento e o tipo de pilotagem do americano.

O tanque de combustível da moto do Mundial é construído por Fibra de Carbono, com capacidade e medidas diferentes do original, enquanto que o de Tomac mantém o PVC. Assim como a caixa do filtro de ar, sendo que a YZ de Renaux é maior e com mais entradas de ar, sendo que a do Tomac, mantém praticamente as medidas e design da original.

No motor, a liberdade de preparação no Mundial é maior, e por isso, com certeza a Yamaha de Renaux tem acessórios exclusivos produzidos pelo departamento de competições da marca, o GYTR, como o cabeçote, comando, cilindro, pistão, virabrequim, câmbio entre outras. Mas comentam que o propulsor de Tomac não fica tão atrás, inclusive vale pontuar que diferente da YZ do francês, a do americano apresenta ventoinha no radiador.

No sistema de embreagem, outro grande diferencial, enquanto que na moto de Renaux encontramos o sistema hidráulico, na do Tomac se mantém o cabo, apesar do novo modelo de série da Yamaha apresentar o sistema hidráulico. E isso faz uma grande diferença durante as provas, afinal de contas, você não precisa se preocupar em regular a embreagem no hidráulico. E vale ressaltar que a YZ do mundial utiliza o conjunto Hinson, enquanto que na do AMA o Rekluss.

Outra diferença entre as motocicletas, mas neste caso é por conta do patrocinador, na moto do americano, encontramos o sistema de escapamento da marca americana, FMF, todo em titânio, com a tampa do silencioso em fibra de carbono, enquanto que na moto do francês, o sistema da marca europeia Akrapovic, todo em titânio.

Notamos também que a moto de Renaux apresenta o sistema GET para unidade de controle fixado no para-lama dianteiro, o que não encontramos na moto de Tomac. O dispositivo combina a tecnologia GPA (Controle de tração), com uma estratégia eletrônica de controle de largada extremamente eficiente, utilizando LEDs para encontrar a faixa ideal de RPM para uma largada mais eficiente.  

Já no sistema de suspensão, ambos Kayaba, comenta-se que os modelos são próximos, respeitando o estilo e gosto de cada piloto, contudo, o sistema utilizado pela equipe do Mundial, tem mais peças exclusivas e preparação, oferecendo um desempenho com mais performance.

Então, fica claro que a Yamaha de Renaux é mais preparada que a do Tomac, e no caso desses dois pilotos profissionais e campeões em seus campeonatos, alguma diferença deve fazer no desempenho das motocicleta, o que fez com que o americano tivesse que usar seu talento e sua velocidade para encarar as motocicletas de fábrica do Mundial.