Entrevista - Ken Roczen
- DirtAction
- 9 de abr.
- 4 min de leitura

O piloto alemão é um dos veteranos nos campeonatos americanos e no Mundial de Supercross, e continua conquistando títulos, como o do Mundial de Supercross em 2023. Nesta temporada do AMA Supercross, depois da terceira etapa (Anaheim II), ele chegou a liderar a principal categoria e venceu pela primeira vez a mais badalada prova do campeonato, em Daytona (FL), mesmo em uma equipe privada e com uma motocicleta desatualizada.
Roczen enfrentou enormes desafios com suas lesões, como em 2017, quando fraturou o antebraço esquerdo em um forte acidente na noite de sábado em Anaheim, Califórnia. Ele era o líder do campeonato e estava em terceiro lugar na prova quando foi ejetado de sua motocicleta em um salto triplo. Sua recuperação foi lenta e dolorosa, tanto que quase abandonou a carreira profissional, mas ele decidiu continuar competindo nos campeonatos americanos. E quando menos se espera, lá está ele, brigando por vitórias e pódios, mostrando o seu talento e determinação. Até quando o alemão vai brigar por vitórias, pódios e títulos?
Estamos impressionados com o seu pódio e com a sua conquista da placa vermelha no início da temporada. Agora um veterano do esporte, você estava animado para 2025?
Sinceramente, foi uma noite louca, estou aprendendo muito sobre mim mesmo. Anaheim 2 é sempre uma corrida estranha para mim. O ano de 2017 ainda está lá, inconscientemente. Não foi realmente muito confortável o dia todo, mas também não foi terrível. A corrida de aquecimento não foi ótima para mim, mas eu precisava dela para me preparar para o evento principal. P2 na noite! Acabei transformando tudo isso em uma noite incrível!
Como foi o quarto lugar na segunda etapa, em San Diego?
Acho que a minha corrida, no geral, foi muito boa. Fiquei feliz. Sempre há coisas que você sabe que quer trabalhar e melhorar. Apenas algumas pequenas coisas não estavam tão boas agora. E foi divertido lutar com Cooper (Webb) o tempo todo. Eu simplesmente não consegui ultrapassar, mas tentei muito. Acho que quando fiquei atrás de Cooper, eu era um pouquinho mais rápido. Adoraria saber onde teria ido se pudesse ter feito mais. Mas ele é muito, muito difícil de passar. Obviamente que outros caras estavam definitivamente um pouco melhores, mas eu estava feliz com o quarto lugar. Sabe, tentei tudo que pude, e se era pra ter ser o quarto colocado, que terminasse assim.
Pode nos contar sobre a batalha no final da prova em Anaheim II?
Honestamente, todo o evento principal foi realmente radical. Sinto que não foi uma batalha de quatro homens o tempo todo. Tive pressão de trás e, obviamente, pusemos nos caras na frente. A pista estava muito complicada, muito escorregadia em algumas áreas, e em seguida um monte de pequenas coisas técnicas leves, como depois da área de largada. Foi difícil. Depois que passei o Jason (Anderson) pela primeira vez, eu coloquei o neutro por acidente. Procurei realmente ficar focado e me senti muito forte. Senti que consegui alcançar a frente um pouco. Sinceramente, tem sido um sonho.
E como foi ter a placa vermelha?
Eu lembrei da placa vermelha na semana passada: se eu tivesse ultrapassado o terceiro piloto, poderia ter compartilhado a placa vermelha com o Eli (Tomac), o que teria sido muito legal. Eu realmente não sentia esse gostinho havia muito tempo, especialmente na Suzuki. Então, é um sonho que se tornou realidade. E, honestamente, em Anaheim ainda é um pouco estranho. Apenas sinto isso, mas tento que não seja assim. Apenas me sinto um pouco mais ansioso, pelo que aconteceu em 2017, um pouco como se estivesse persistindo. Na prática, sou apenas um pouco cuidadoso. Além disso, tentamos algumas coisas antes da prova, voltei para minha base. Essa decisão foi perfeita, porque me pareceu muito mais familiar. Parece que tudo que fizemos hoje foi sim bem-sucedido.
Esperava assumir a liderança nesta etapa?
Às vezes há surpresas, mas também é o momento em que a experiência entra em jogo e você apenas tenta ser paciente. Se alguém tivesse me dito que eu teria a placa vermelha depois de três rodadas, eu teria dito algo como: tem certeza? Mas é bem rock'n'roll, não vou mentir. Vou aproveitar o momento. Claro, o trabalho não para, vou apenas tentar colocá-lo na “caixa” o máximo que puder.
Por que neste início da temporada estamos vendo consistentemente pilotos com mais de 30 anos liderando o campeonato e obtendo vários pódios?
Realmente o campeonato tem sido dominado por caras mais velhos. Honestamente, acho que também tivemos sorte. Mas todos nós nos mantivemos saudáveis durante a pré-temporada, e acho que todo mundo está 100%. E esse é o tipo de corrida que você tem quando estamos todos no topo do jogo.
Acredita que o supercross mudou nos últimos anos?
É uma pergunta difícil porque, conforme você envelhece, as coisas mudam um pouco. Sempre queremos vencer. A maneira como se olha as coisas aos 25 anos ou menos é bem diferente do que com 30. Acho que quanto mais velho você fica, conforme os anos passam, certas coisas mudam. Outras pessoas podem não sentir que estão no esporte há tanto tempo ou algo assim. A mentalidade muda um pouco e isso muda a perspectiva às vezes também. Mas esse nível é definitivamente muito alto. E então chega uma nova geração, o que significa que estamos ficando um pouco desatualizados. Então, precisamos realmente olhar para isso e aprender.
Nota: Infelizmente Roczen lesionou o ombro, nas continua participando do campeonato, e depois da etapa em Foxborough, 12a. do evento, ele se mantém no terceiro lugar na classificação geral, com uma desvantagem de 36 pontos para Cooper Webb (Yamaha).
Foto Guilherme Lima
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