Entrevista - Gabriel "Tomate" Soares
- DirtAction
- 28 de jul.
- 5 min de leitura

O piloto mineiro tem colecionado vitórias e títulos tanto no enduro como no rali, e nesta temporada se transferiu para a equipe Yamaha IMS Rally. Mesmo com tudo novo – equipe e motocicleta –, ele se encontrou com a vitória, inclusive na geral em "casa", no Rally Minas Brasil, sua primeira vitória na categoria.
Abrimos espaço para conversar com esse talentoso piloto brasileiro que se prepara para levantar o título da principal categoria do rali nacional. Ele fala das suas dificuldades no início da temporada, quando se lesionou e participou na abertura do campeonato com pouco tempo de treinos, o relacionamento com os novos companheiros de equipe e sua expectativa para este ano, com a estreia na Yamaha.
DA – Você conquistou títulos nacionais no enduro e no rali. Tem algum que considera mais importante?
TOMATE – Penso que o título do Sertões e do Brasileiro no ano passado foi, sem dúvida, alguns dos principais na minha carreira até o momento. Foi um dos melhores anos, porque foi o Brasileiro e o Sertões no mesmo ano.
Este é o seu primeiro ano competindo na equipe Yamaha IMS Rally. Como surgiu a oportunidade de se transferir para a equipe?
A primeira conversa com o time veio depois do campeonato passado, começamos a conversar a partir daquele momento. Eu já tinha um bom relacionamento com todos do time e chegamos em um acordo para estarmos juntos nesta temporada. Fiquei muito feliz porque, como já disse, me dou muito bem com todos do time. Então, logo de cara já fui muito bem recebido e me senti muito em casa.
Como foi a pré-temporada com a nova equipe?
A pré-temporada foi um pouco difícil para mim, eu tive pouco contato com a moto. Acabei fraturando a mão e fiquei dois meses sem treinar, com a mão engessada e pinos na mão, e isso me preocupou um pouco. Consegui voltar a andar de moto 15 dias antes da primeira corrida e fui para a abertura do campeonato com um pouco de dor. Acredito que isso foi um pouco difícil, talvez poderia estar um pouco melhor, mas a adaptação com a equipe e a moto foi muito boa. Então, isso me ajudou muito, com certeza.
Você comentou que a adaptação com a Yamaha WR450F foi boa, mesmo com o pouco tempo testando ela.
Realmente. Como falei anteriormente, foi boa a adaptação, e logo no primeiro contato já me senti bem com a moto. Apesar de ter andado pouco com ela antes da primeira etapa do Brasileiro de Rally, me senti bem confortável nela, o que mostra que a moto permite uma adaptação muito fácil. O motor é bem forte também. Foi tranquilo essa questão de adaptação com a Yamaha.

Mesmo com a nova equipe e motocicleta, você venceu a segunda etapa do Brasileiro, o Rally Minas Brasil. Como foi conquistar essa vitória em seu ano de estreia na equipe e em casa?
Foi muito bom essa vitória em Araxá. Bati muito na porta da vitória em algumas outras etapas do Brasileiro e nunca tinha conseguido a vitória na geral. Venci algumas etapas, mas não tinha vencido na geral ainda. Faltava essa vitória. E ela ter vindo em casa e no ano de estreia na equipe, com tudo novo, foi muito bom para mim e com certeza me dá um gás a mais para o resto do campeonato.
Você tem um supercampeão na equipe, o francês Adrien Metge, que está afastado se recuperando de uma lesão. Como tem sido trabalhar com ele?
A convivência com Metge tem sido muito boa. Trocamos bastante experiências. Ele tem me ajudado bem, inclusive em Araxá, mesmo ele estando lesionado. Fiquei em contato com ele o tempo todo, para me ajudar, como na opção de abrir a prova quando a gente teve a opção de escolha, devido às colocações do prólogo. Perguntei o que se achava melhor eu largar na frente. Metge é muito experiente, um cara do bem, que trabalha pelo time. A gente se dá muito bem e é muito bom ter ele perto. Acho isso muito, muito legal.
Falando em pilotos estrangeiros, no Brasileiro de Rally participam também outro francês, Romain Dumontier, e o argentino Martin Duplessis, ambos pilotos da Honda. O que pensa sobre a presença de estrangeiros nas equipes brasileiras?
É bom estar brigando com os melhores, são pilotos que têm experiência do Dakar. Todos têm mais de uma participação no Dakar. Para mim é bom, me sinto até honrado de estar pilotando e brigando lado a lado com eles. Além de experientes, são pilotos que me inspiram no rali. E como eu ainda não tenho nenhuma experiência no Dakar ou experiência internacional, somente no Brasil, sem dúvida isso me faz me sentir melhor.
Como avalia as duas primeiras provas do Brasileiro, o RN 1500 e o Minas Brasil?
Na primeira etapa, eu estava voltando de lesão, tinha andado três ou quatro vezes com a moto, numa equipe nova, mas considero que foi uma etapa com saldo positivo. Nos dois primeiros dias eu tive problemas, fiquei sem freio e depois problema com o tanque de combustível, mas no terceiro dia eu fui o segundo na geral, com 6 segundos de diferença para o primeiro colocado. Então, acho que mostrei ter sido competitivo quando pude, e saí de lá sabendo que eu estava dentro da briga, que eu tinha velocidade para brigar com os ponteiros. E na prova seguinte eu conquistei a vitória. Então, penso que tem sido um bom início de temporada.
Nesta temporada ainda teremos o Rally Jalapão, em junho, o Sertões, em agosto, e o Rally Tocantins fecha o ano. Qual é a prova mais dura do calendário nacional?
Sem dúvida, a prova mais dura do ano é o Sertões, por ter mais dias. Mas todas essas outras provas têm suas particularidades, com diferenças de terreno. Isso torna o campeonato mais interessante, porque cada piloto se mostra melhor em algumas regiões. Agora estamos próximos do Jalapão, uma etapa de areia, o que torna nosso trabalho mais desafiador. Acredito que essa etapa também vai ser bem decisiva no campeonato.
A temporada se apresenta muito competitiva. Metge, Bruno Crivilin, Gabriel Bruning e você venceram etapas nas duas primeiras provas do Brasileiro. Acredita que essa batalha vai continuar durante o ano todo? Qual é a sua expectativa para 2025?
Acredito que o campeonato nunca esteve tão forte, tem seis ou sete pilotos ali, que brigam muito para vencer a geral. Então, um vacilo hoje custa muito no campeonato. Penso que o importante não é vencer todas etapas, mas somar bons pontos em todas. Acredito que o campeonato vai continuar assim, o nível de todos os pilotos está bem perto. Então, quem conseguir ter um campeonato mais constante vai sair vitorioso no final do ano. Tomara que seja a gente. A expectativa é estar na briga pelo campeonato, na geral, até ao final da temporada e levar o time azul ao topo do pódio.
Fotos Doni Castilho







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