Entrevista Exclusiva - Kay de Wolf
O piloto holandês da Husqvarna sempre esteve na disputa do título mundial da MX2, mas seus erros e ansiedades o tirou da briga nos últimos anos. Porém, nesta temporada ele parece estar renovado, mais consistente e mais focado, o que lhe levou à liderança da categoria desde a primeira etapa. Será ele o substituto de outro grande talento holandês, o supercampeão Jeffrey Herlings?
Kay de Wolf chegou ao Mundial em 2021 e, desde então, vem buscando o título da MX2. Ele esteve perto de conquista-lo no ano passado, mas erros e lesões acabaram tirando-o da briga. No entanto, arrancou na temporada 2024 com a placa vermelha ao vencer o primeiro GP do ano, na Argentina, e mantém a liderança até o momento, com uma grande vantagem para o companheiro de equipe, o belga Lucas Coenen.
Ele é um dos pilotos mais rápidos da MX2, mas está diferente do ano passado, cometendo menos erros e procurando ser mais consistente. E isso parece estar dando certo, apesar da pressão de seus maiores adversários a cada etapa. Porém Wolf mantém focado em permanecer no topo da categoria, sem deixar de buscar vitórias a cada bateria.
Seria este o ano do holandês? Difícil prever, mas com certeza está realizando sua melhor campanha neste ano, buscando o desejado título da MX2. Sua perseverança é inegável, e não poderíamos de deixar de conversar com esse futuro campeão, educado e modesto. E tivemos a oportunidade de conversar pessoalmente com este futuro campeão. Acompanhe a seguir esta entrevista exclusiva que realizamos com um dos maiores talentos europeus.
DA – Diferente de muitos pilotos, você não tem ninguém na sua família com histórico no motocross. Como entrou para o mundo das competições?
WOLF – Quando era pequeno, meu pai comprou um quadriciclo para usar no seu trabalho e eu ganhei uma minimoto. E aos cinco anos eu corri pela primeira vez, pois desde pequeno acompanho o motocross e tinha como ídolo o Jeffrey Herlings.
Você tem sido bastante consistente e mantém a placa vermelha de líder desde o início desta temporada. Sente-se mais confiante neste ano?
Sim, com certeza estou mais confiante. Estou muito feliz com minha moto neste momento, e isso é muito bom. O lado físico também está muito bom. Então, estou muito, muito feliz com a forma que tudo está acontecendo.
Você faz parte de uma das poderosas equipes do Mundial. Como é trabalhar com a Husqvarna?
O Rasmus Jorgesen (chefe da equipe) é muito profissional, e treinamos muito duro durante toda a pré-temporada. Acho que isso me tornou mais forte. Todos na equipe têm muita experiência, e isso é importante no Mundial.
Acompanhando as suas provas, você anda bem na areia, como grande parte dos pilotos holandeses. Gosta de correr nesse terreno?
Sim, pois tem a possibilidade de criar novas linhas, apesar de ser fisicamente e mentalmente mais exigente. No piso duro, as opções são menores.
Você disputa o título com o seu companheiro de equipe, Lucas Coenen, com os pilotos da KTM, Andrea Adamo e Liam Everts e com Simon Laengenfelder da GasGas. Como é competir com esses caras?
Parece muito normal para mim. Conheço meus oponentes, corri com eles no passado e sei que posso lutar com eles e vencê-los. Então, sim, parece bastante normal competir com eles.
Durante a temporada você teve bons e maus resultados. Como avalia essa situação?
Sim, tive algumas provas com problemas, me enroscando com outros pilotos nas largadas ou durante as provas e quedas. Essas coisas acontecem, mas estamos procurando ser mais consistentes, em busca de vitórias e pódios no resto da temporada.
Há muita pressão para se manter na liderança do campeonato?
Sempre procuramos ganhar, e isso coloca muita pressão, são muitas coisas acontecendo em cada prova. No momento, penso em estar entre os três primeiros. Essa é a realidade e é o que vamos buscar no resto da temporada, como disse, sendo consistente.
Sendo um campeonato longo, qual é a sua estratégia para continuar vivo na disputa pelo título?
Apenas procuro ser consistente, a consistência é importante em um campeonato tão longo. Preciso ter resultados importantes e somar pontos a cada prova, o que não é fácil, mas procuro ser consistente a cada etapa.
Você tem uma pista preferida no Mundial?
Eu realmente gostei da pista de Lugo (Espanha). No geral, gosto muito de cada pista, pois elas são diferentes e você precisa saber como pilotar em cada uma delas.
Pretende mudar imediatamente para a MXGP se vencer a MX2?
Não, acho que vou ficar na MX2 por mais alguns anos, mas isso é algo que temos que ver no final da temporada.
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