Top Bike - Yamaha YZ 250F - Christian Craig/Campeão AMA SX
- DirtAction
- 8 de ago. de 2022
- 5 min de leitura

Depois de anos batalhando para se destacar nos campeonatos americanos, Christian Craig finalmente conquistou seu primeiro título nacional, no supercross, e com um domínio impressionante durante toda a temporada. Para isso, ele contou com a rápida e vencedora Yamaha YZ250F. Vamos ver um raio-X da motocicleta que ganhou a placa de campeã de 2022.
Christian Craig é um piloto que durante toda a sua carreira buscou colocar seu nome entre os campeões dos desafiadores campeonatos americanos de supercross e motocross. Passou por equipes satélites e privadas e, quando pode, subiu ao lugar mais alto do pódio. Mesmo assim, sua carreira não foi fácil. Ele até chegou a se aposentar, mas retornou e brigou. Mas os títulos não vinham, até ser contratado pela equipe Yamaha oficial, para a categoria das 250 cc. Apesar dos grandes nomes como companheiros de equipe, como Justin Cooper e Jeremy Martin, entre outros, ele manteve o foco no tão esperado título nacional. Nesta temporada, representando a Yamaha na região Oeste do AMA Supercross, Craig começou impressionando pela sua velocidade e consistência, chegando a ser o mais rápido na pista e colecionando vitórias. E quando o azar esteve ao seu lado, levando-o a quedas ocasionadas por outros pilotos, ele não perdeu o foco nem o ritmo e continuou buscando o título, alcançado na última etapa do campeonato, em Salt Lake City. Finalmente o seu dia chegou e agora ele faz parte do seleto clube dos campeões americanos. Durante a temporada do supercross, ele contou com os trabalhos da sua poderosa e vencedora equipe – que na temporada passada conquistou os títulos na 250SX e 450MX – e sua veloz Yamaha YZ250F. O modelo vem conquistando grandes resultados em diversos comparativos realizados pela imprensa especializada, sinalizando que tem potencial para vencer. Claro, a moto de Craig tem atributos que aumentaram as chances dele levantar o troféu de campeão.
Vamos começar com algumas informações da sua equipe. Craig tem preferência por um guidão Pro Taper mais alto, assim como suportes em torno de 20 mm mais altos, fabricados pela própria Yamaha. A motocicleta apresenta manete de freio retrátil e manete de embreagem rígida, ambas da marca ARC. Há um seletor de modo de pilotagem, mas sua equipe informa que ele normalmente não o usa, prevalecendo a regulagem principal que recebeu no box. Encontramos também um relógio Polar no guidão, para acompanhamento da frequência cardíaca do piloto. O sistema de aceleração tem praticamente peças originais, exceto a carcaça do acelerador.

Nas suspensão, o garfo é Kayaba com configurações alteradas pela equipe, que conta com um técnico da empresa para os ajustes nas provas, depois de inúmeros testes na pré-temporada. O tubo inferior recebe o tratamento visando maior desempenho, e alguns componentes internos foram substituídos com o mesmo objetivo. O amortecedor traseiro é também da Kayaba, com haste maior, molas e componentes internos especiais. No caso do supercross, a regulagem torna o trabalho da suspensão bem firme, muito firme por sinal – pilotos brasileiros que já participaram desse campeonato afirmam que nunca andaram com a suspensão tão dura em suas carreiras. Vale pontuar o dispositivo de largada da Works Connection fixado no protetor de bengala direito.
O conjunto de rodas é composto por aros Excel com niples e raios da marca OW, mais resistentes. Amarração de todos os raios garantem que, mesmo que apresentem folga, se mantenham juntos. Os cubos foram substituídos por peças usinadas (CNC) da Kite, anodizados em azul, que são mais resistentes e leves. A equipe substituiu os eixos dianteiro e traseiro por outros de titânio da Racetech. A relação da motocicleta é composta por coroa e pinhão da Vortex, com a numeração dependendo da pista, mas normalmente maior, para oferecer saídas de curvas mais rápidas, característica essencial no supercross. A preferência de Craig é o conjunto 14 e 51 dentes.
O sistema de freios é composto por disco dianteiro da Braking, de 270 mm de diâmetro, que recebe um protetor em fibra de carbono. O disco traseiro, da mesma marca, tem medida semelhante ao original. As pinças são da Nissin, trabalhadas para melhor desempenho e com redução de peso. O pedal do freio traseiro apresenta ponta de titânio e um cabo de aço para evitar deformação grande no caso de colisão, permitindo que o piloto continue na prova com o freio, uma prática de segurança comum há alguns anos, mesmo de pilotos intermediários. Uma curiosidade nos freios são as pastilhas, que são "afinadas" nas bordas para facilitar a troca de rodas. Coisa de equipes oficiais.

Para o sistema de refrigeração do motor, a equipe utiliza mangueiras reforçadas e ventilador eletrônico fabricado pela equipe. Os radiadores recebem alguns reforços, além de uma película para evitar estragos provocados por pedras, algo que está se tornando comum nas competições mundiais. Especificamente no motor, a equipe utiliza suportes diferenciados de titânio, tampa da entrada de óleo de alumínio, pistão especial e realiza trabalhos no comando, válvulas e câmbio. Possui ainda sistema de embreagem da Rekluse, tampa de ignição GYTR e sistema de escapamento da FMF 4.1 de titânio e terminal do silencioso em fibra de carbono. Nota-se que o number plate direito que cobre o silencioso não apresenta o protetor térmico encontrado no modelo original. Em substituição, a FMF instalou um protetor de metal.
Quando ao comportamento do propulsor, a equipe informa que Craig gosta de uma configuração mais agressiva se comparada com as dos demais pilotos – as motocicletas da Yamaha apresentam mapeamento Vortex. Há um grande protetor de motor de fibra de carbono. A bateria foi substituída, para reduzir peso e ainda "fazer virar" esse motor poderoso. O chassi, assim como o subchassi, recebeu reforços e pequenas modificações para acomodar melhor o piloto e oferecer maior mobilidade, além de rigidez. O subchassi apresenta altura padrão e o number plate esquerdo mantém o protetor inferior, mas alongado, para evitar que a bota se enrosque durante a pilotagem, situação que pode acontecer no modelo original. O eixo do braço oscilante foi substituído por um de titânio da Racetech. O banco apresenta uma capa com maior grip e ranhuras na superfície para contribuir na pilotagem de Craig, mantendo-o na posição desejada. As pedaleiras foram substituídas por modelos de titânio, com pontas mais afiadas (maior grip), essencial no supercross, principalmente nos whoops, e montadas 5 mm mais baixo. Dá para notar que as motocicletas da equipe oficial Yamaha recebem muita atenção da fábrica, que entrega aos seus pilotos um equipamento de grande performance e que proporcionou ao Craig condições de conquistar o tão esperado título nacional. Lembrando que, para o campeonato de motocross, ele se transferiu para a categoria 450MX, onde tem conquistado resultados interessantes.
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