Race Test - KTM 250 SX-F 2022
- DirtAction
- 21 de fev. de 2022
- 5 min de leitura

A campeã do ano passado do Mundial de Motocross, com o piloto francês Tom Vialle, trouxe poucas modificações, já que o modelo anterior já apresentava grande performance e a proximidade com o modelo utilizado pela equipe de fábrica, com componentes exclusivos. Tivemos a oportunidade de acelerar esta motocicleta campeã. Venha com a nossa equipe conhecer o comportamento da da KTM 250 SX-F modelo 22.
Todos têm acompanhado o enorme trabalho que a marca austríaca tem realizado no Mundial de Motocross, tanto na categoria MXGP como na MX2, colecionando inúmeros títulos com o sucesso das suas equipes, contratação de grandes nomes do esporte e, claro, construindo motocicletas vencedoras. A KTM tem fama de produzir modelos de grande performance e de oferecer componentes encontrados nas motocicletas da equipe oficial em seus modelos de série. Podemos dizer que as motocicletas originais são próximas das de fábrica.
No caso da MX2, o domínio da KTM impressiona. Só para você ter uma ideia, desde 2008, quando o sul-africano Tyla Rattray foi campeão, ela só perdeu o título em 2015, conquistado pela Honda com o piloto Tim Gajser – nesta temporada o campeã foi a Yamaha, com o francês Maxime Renaux. Pilotos como o francês Marvin Musquin e o holandês Jeffrey Herlings foram responsáveis por esse domínio da marca. Mesmo transferindo seus campeões da MX2 para a MXGP, os novos contratados mantiveram a invencibilidade da marca, como o francês Tom Vialle, campeão em 2020.

Realmente a 250 SX-F apresenta grande performance, com a última grande alteração trazendo muito desenvolvimento e desempenho, com entrega de potência incomparável e muita agilidade. Assim, o modelo 2022 trouxe poucas mudanças. Seu motor, considerado um dos mais forte da categoria, não mudou. Destaque para sua construção compacta, excelente centralização de massa e apenas 25,9 kg. Ele tem 249,9 cm3, quatro válvulas de titânio (32,5 mm as de admissão e 26,5 mm as de escape), duplo comando de válvulas no cabeçote, embreagem DS multidisco Brembo (mola de diafragma) e cilindro com revestimento de DLC (Diamond-Like Carbon). O pistão é da CP, mais leve e forjado de forma única para se adequar melhor à câmara de combustão. Para reduzir a vibração e equilibrar as forças de massa, apresenta eixo balanceador.
Na eletrônica: injeção Keihin EMS e interruptor no guidão para seleção entre dois mapas de ignição (curvas de potência) e controles de tração e de largada.
As tampas do motor são produzidas com um processo de alta pressão, que reduz o peso e aumenta a resistência e a durabilidade, além da sua superfície inteligente que reduz o desgaste causado pelas botas. A KTM informa também que para melhor arrefecimento, seus radiadores estão posicionados adequadamente e ajudam para melhorar o centro de gravidade, além da função principal de manter a temperatura do motor ideal para melhor desempenho em qualquer condição. O câmbio tem 5 velocidades e seu pedal tem o sistema No Dirt, que evita o acúmulo de sujeira. O chassi permanece de aço cromo-molibdênio, com partes soldadas por robôs garantindo maior qualidade e rigidez e melhor condução. Para 2022 ele vem na cor laranja e com os protetores na mesma cor, como nos modelos de fábrica nas competições. O subchassi é em alumínio, e o braço oscilante tem um processo especial de construção para ser leve e resistente, além de permitir amplo ajuste da roda traseira.
Os freios se utilizam do sistema Brembo, com discos de 260 mm de diâmetro na dianteira e de 220 mm na traseira. A suspensão é composta por garfo WP XACT, de 48 mm de diâmetro e com a tecnologia AER (a ar), com funções separadas de amortecimento (dir.) e mola a ar (esq.), e curso de 310 mm. Ajustes de compressão são realizadas na parte superior e retorno, na inferior. O amortecedor traseiro WP XACT gera 300 mm de curso e apresenta componentes usinados e anodizados de alta qualidade, sendo totalmente ajustável, incluindo a compressão de alta velocidade.
O guidão da marca Neken apresenta alta resistência e é fixado em mesa de alta qualidade, usinadas (CNC), com ajustes e deslocamento de 22 mm. As manoplas são ODI, vulcanizadas, sem a necessidade utilizar cola ou arame para fixação (na manopla esquerda).
O tanque de combustível é outro destaque nesta motocicleta, com sua forma auxiliando na ergonomia geral, tornando o modelo mais estreito. O assento é ergonômico e tem maior aderência com as tiras de silicone espaçadas transversalmente, sendo que sua remoção é fácil, através de parafuso longo e lateral. No modelo 2022, a capa é na cor azul, como nos modelos de fábrica.
A caixa do filtro de ar garante fluxo ideal que o motor atinja a potência máxima e para respostas rápidas do acelerador. O acesso ao filtro é fácil, sem necessitar o uso de ferramentas, como nos modelos anteriores.
As pedaleiras apresentam design "sem sujeira" ("No Dirt"), autolimpantes, que minimiza o acúmulo de lama. As rodas são montadas com aros Excel high-end e niples de alumínio com design especial que reduz a frequência de manutenção. Os cubos são construídos em CNC.
A KTM informa ainda que todos os componentes elétricos são acondicionados embaixo do assento, um sistema compacto e seguro. Para finalizar, novos gráficos nostálgicos, com cores distintas da equipe oficial do Mundial.

COMPORTAMENTO - Quem colaborou conosco no modelo 2022 da 250 SX-F foi o campeão paulista de motocross Guilherme Lima. Acompanhe a seguir suas impressões sobre esta novidade do mercado nacional.
"O modelo 2022 teve poucas mudanças se comparado ao modelo 2021. Para quem está entre os melhores da categoria, ajustes sempre são bem-vindos. A KTM é referência quando falamos em equipamentos e acessórios em motos de série. Por exemplo, um item que é considerado o melhor da categoria são os freios, que são supereficientes e potentes, além do desenho dos discos dissipar o calor e manter a eficiência mesmo quando muito exigidos.
Uma facilidade legal e interessante na KTM é escolher através do comando no guidão entre dois mapas de potência e acionar o controle de tração. Os mapas trazem diferentes performances à moto, sendo um mais agressivo e outro com mais baixa. Particularmente, gostei do mapa 2 com o controle de tração ligado, pelo menos na pista em que testei, que era um pouco mais travada e com curvas que exigiam melhor tração nas retomadas.
O motor da KTM é bem potente e elástico, tornando a pilotagem bem prazerosa. A moto austríaca é a que mais transmite leveza ao piloto, tanto nos saltos como nas curvas, além de muita agilidade nas mudanças de direção. Acredito que isso se deve ao quadro de aço – os quadros das marcas japonesas são de alumínio, mais rígidos. O posicionamento do piloto também é um pouco diferente, se comparado com o encontrado nas demais motos da categoria. A distância entre a pedaleira e o banco deixa o piloto bem confortável, principalmente um piloto de estatura média, que é o meu caso. E com o design bem plano do banco – e das laterais –, o piloto consegue se movimentar rápido e fácil nas acelerações e frenagens.

Gostei do guidão original, mas testaria um modelo mais baixo, para ver se ficaria melhor. Não tive muito tempo para testar diferentes acertos nas suspensões WP, mas senti muita eficiência, tanto na traseira quanto na dianteira. A traseira estava muito boa, tracionando e copiando bem o terreno, jogando a potência realmente no piso. Já a dianteira faltou um pequeno acerto, o que requer um pouco mais de tempo para ficar 100% no gosto do piloto. Isso vale para todos, lembrando que testes de acertos são essenciais para o melhor desempenho. Vale cada minuto perdido para chegar no acerto ideal. Se você acha que não consegue acertar, chame alguém que pode ajudar, pois certamente a sua pilotagem será outra, bem melhor", finaliza Guilherme.
ESPECIFICAÇÕES Motor: monocilíndrico, 4V, DOHC, refrigeração líquida Cilindrada: 249,9 cc Alimentação: injeção eletrônica Keihin EMS Transmissão: 5 velocidades Chassi: aço cromo-molibdênio Suspensão dianteira: WP XACT, 48 mm de diâmetro, 310 mm de curso Suspensão traseira WP XACT, 300 mm de curso Freio dianteiro: disco, 260 mm de diâmetro Freio traseiro: disco, 220 mm de diâmetro Tanque: 7,5 L Peso (total): 99 kg (s/combustível)
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