Entrevista - Vitor Borba
O jovem piloto catarinense estreou na temporada em uma nova equipe no Brasileiro de Motocross, a Honda oficial, e em duas categorias, MX2JR e MX2. Ele venceu provas e garantiu a liderança nas duas categorias, mostrando que está confortável com a equipe e a motocicleta, tanto que garantiu em Interlagos (SP) o título antecipado da MX2JR.
Com pouco tempo para se adaptar à nova estrutura e motocicleta, Vitor não se intimidou no box nem na pista, e dá sinais que será um piloto duro de ser batido. Venha com a equipe Dirt Action conhecer essa revelação do esporte nacional, que tem tudo para brilhar na nova temporada.
DA – Como você entrou no mundo das competições? Quem foi seu grande incentivador?
VITOR – Eu entrei por conta do meu pai, ele que sempre me incentivou, desde o começo. Alguns amigos dele falaram me levar para o meio do motocross, pois eles tinham filhos na modalidade. Eu comecei na brincadeira. A ideia foi crescendo e hoje a gente está no nível profissional.
Você foi campeão catarinense na categoria 50cc em 2016. Como foi vencer um campeonato com apenas 9 anos?
Eu era muito novo, então foi algo diferente do que um título representa hoje, sabe? Na época, fui campeão e fiquei muito feliz, foi especial ter o título nessa categoria de base.
Em 2021, você foi vice-campeão catarinense na MX1 e participou do Thor Mini O’s nos Estados Unidos, na categoria 450B, mas com uma 250cc...
Eu andei de 250cc no Mini O’s porque a categoria era 450B e 250B, na qual é possível andar com motos de até 450 cc. Andei de 250 e consegui ótimos resultados. No Catarinense, eu também corri de 250cc na categoria MX1.
O que achou da prova nos Estados Unidos? Pretende voltar a competir no exterior?
Pretendo sim, gostei muito das corridas. Lá é totalmente diferente, é outra coisa. Corridas de pequeno tempo, mas de muito tiro e com muitas pessoas. A galera lá é muito rápida, então tem de forçar muito, ainda mais por ser uma corrida mais curta.
Está nos planos um dia competir lá fora?
Tenho planos sim. Além de correr novamente o Mini O's, quero muito conseguir fazer algumas etapas do AMA.
Se pudesse escolher uma carreira internacional, daria preferência para o Mundial de Motocross ou AMA Motocross?
Depende muito, mas se tivesse que dar preferência, atualmente seria o Mundial de Motocross.
A partir desta temporada, você faz parte da equipe Honda Racing. Como surgiu essa oportunidade?
Surgiu no ano passado, quando estava terminando o ano. A gente começou a conversar com o chefe da equipe, o Reinaldo Almeida, e as ideias foram amadurecendo. Deu tudo certo para 2024 e, graças a Deus, a gente está na Honda Racing.
E como é representar uma equipe tão poderosa e vencedora? Tem muita pressão?
Eu acho que não tenho muita pressão, porque o time é incrível. Estou muito feliz de fazer parte dessa equipe. Todos são como uma família, sabe? Não é um time que traz aquela pressão nas costas, de você ter que fazer mais e mais o tempo todo, mas uma família, na qual todos se ajudam para evoluir.
Você foi duas vezes vice-campeão brasileiro na categoria MX2JR consecutivamente, em 2022 e 2023, e nesta temporada está liderando a categoria. Chegou a hora de levantar o troféu de campeão? (entrevista realizada antes da conquista do título da MX2JR)
Estou confiante de que chegou a hora! A gente treinou muito para isso e estamos treinando ainda mais, trabalhando duro, porque há muitas etapas ainda pela frente. Então vou com tudo e, se Deus quiser, vou ser campeão este ano!
Você também compete na categoria MX2, onde está disputando o título com Bernardo Tibúrcio, seu companheiro de equipe, que também estreou na equipe nesta temporada. Como é o Bê nos treinos e nas corridas?
Ele é muito meu amigo, a gente está todo dia junto, praticamente, treinando e tudo mais. Está sendo ótimo contar com ele nos treinos. Ele é um cara muito rápido e muito técnico, e eu aprendo muita coisa com ele e ele aprende comigo, tanto nos treinos como nas corridas. É ótimo quando eu o vejo próximo nas corridas, fico muito feliz da gente estar junto, ainda mais quando estamos nas primeiras posições.
Em Canelinha (SC), a segunda etapa do Campeonato Brasileiro, você venceu a MX2 e assumiu a liderança da categoria. Como foi terminar a prova com a vitória e saber que era o primeiro na tabela de pontos? Acreditava que isso era possível?
Sempre acreditei que isso era possível, mas faltava um estalo assim para eu chegar. E acho que esse momento veio. Consegui fazer ótimas corridas lá. E vamos sempre continuar de cabeça erguida e trabalhar muito para as próximas etapas.
Quanto à sua Honda CRF 250R, chegou ao acerto ideal ou ainda tem algo para melhorar? Se sente confortável nela?
Acredito que chegamos em um acerto ideal para a moto. Acho que eu não mudaria nada, está perfeita assim e devemos seguir com esse acerto para as próximas etapas. Talvez faria poucos testes em alguns detalhes, mas no geral a moto está muito, muito boa.
Como é a sua rotina de treino antes das provas? O que faz parte da sua preparação?
Eu gosto de trabalhar bastante a parte mental antes das provas. Eu fico com muita vontade de treinar para as corridas, parece que dá um pico de energia. Tem a adrenalina também, dá aquela vontade de chegar a hora da largada. Então, tem que trabalhar muito o lado mental, e pedalar para pensar um pouco. Acho que isso é superimportante.
Sabemos que a carreira de um piloto profissional é muito exigente e requer muita dedicação. Mesmo com pouco tempo para descansar, o que gosta de fazer além do motocross?
Gosto muito de pedalar, até como treino, e às vezes uso a bicicleta para quebrar a rotina e me distrair. Também gosto de andar de pit bike, aquelas motinhas de baixa cilindrada, para brincar. Gosto de tudo que é motorizado e tem duas rodas.
Comentários