Entrevista - Stephen Rubini
- DirtAction
- 11 de jul. de 2024
- 4 min de leitura

O piloto francês apareceu no cenário nacional no final da temporada passada e surpreendeu de cara, dando sinais que gostou de acelerar no Campeonato Brasileiro de Motocross. Com sua performance impressionante, neste ano ganhou lugar na poderosa equipe Honda e chegou a estar no topo da classificação geral, sinalizando que a cada prova ele está mais confortável e confiante na principal categoria do campeonato. Dono do número 106 da Honda, Rubini acabou se acidentando em Interlagos (SP), mas ainda tem chances de brigar pelo título da temporada.
Ele possui três títulos do Campeonato Francês de Motocross (2012, 2016 e 2019), além do vice no Europeu da modalidade em duas ocasiões. Em 2022, ele participou no Mundial de Motocross, na categoria MX2, conquistando um pódio (terceiro lugar) na Itália (Maggiora) e terminando a temporada na nona posição, atrás do italiano Andrea Adamo, atual campeão da categoria.
Conversamos com o representante do esquadrão vermelho para conhecer mais sobre sua carreira e expectativas no Brasileiro. Nesta entrevista, ele fala da parceria com a Honda, sobre seus oponentes e um pouco da sua vida particular. Acompanhe esse bate-papo descontraído com o piloto que é um dos destaques no campeonato nacional.
DA – Como surgiu a oportunidade de vir ao Brasil para fazer parte da equipe Honda?
RUBINI – Depois de voar para os EUA, um mecânico da Honda HRC me colocou em contato com o Reinaldo (chefe da equipe Honda Brasil). Nos simpatizamos rapidamente e decidimos fazer juntos as duas últimas etapas do Campeonato Brasileiro de Motocross 2023. Correu muito bem, conseguimos uma conexão muito forte e decidimos seguir em frente em 2024 e além.

Como tem sido o relacionamento com a equipe e companheiros?
A relação que temos é muito forte, todos temos o mesmo objetivo. É uma “vibe” muito boa, todos brincamos e nos divertimos juntos. As crianças (Bê Tibúrcio e Vitor Borba) são ótimas, tiramos o melhor um do outro para progredir.
O que você achou da sua moto Honda no Brasil? Foi uma adaptação fácil ou foi preciso fazer muitas mudanças?
De volta à Europa, andei com a Honda durante vários anos, conheço essa moto muito bem e, por isso, fiquei confortável muito rapidamente. Fora isso, não sou muito exigente, só quero uma boa suspensão. De resto, um motor bem suave me cai bem.
Apesar de não ter passado muito tempo no Brasil, o que está achando do país?
Sinto-me bem aqui. Nem sempre é fácil me adaptar e ficar longe de casa e da minha família. Mas tenho minha noiva e minha equipe para me ajudar e me deixar confortável. Somos uma família.
O que acha das pistas brasileiras? Elas são muito diferentes das pistas europeias?
São diferentes, isso é certo. Cada fim de semana de corrida é um novo processo de aprendizagem para mim, nem sempre é fácil conseguir a configuração certa.
Você luta pelo título da MX1. Você se sente confortável nessa disputa?
O objetivo sempre é conquistar o título para o time, mas não é fácil. Temos concorrentes fortes, por isso temos de continuar a lutar até ao fim.
Você está disputando o título com pilotos da sua equipe e da Yamaha, como Fábio Santos. Como é competir com ele?
É um campeonato muito disputado. A Yamaha é forte, muitas vezes larga na frente, mas também temos pilotos fortes na Honda. Todo campeonato é difícil, então vamos até o fim de semana para buscar o título.
O que está achando do Brasileiro de Motocross? O que é preciso mudar?
Para ser sincero, ele é muito bom. Mas acho que também é muito cedo para dar a minha opinião, depois de competir apenas três rodadas.
Há muitas diferenças entres o Campeonato Brasileiro e o Francês?
Há semelhanças, com certeza, mas eu diria que o Brasileiro leva vantagem. Em termos de TV, transmissão ao vivo no YouTube e o impacto que a mídia tem, ele é enorme. E para os fãs é uma coisa ótima!
Como você se prepara para as corridas?
A equipe e eu estamos trabalhando muito, tivemos um inverno forte. Então, agora é rotina básica, para manter o corpo em forma, e é nessas horas que gosto de manter a diversão presente em nossos dias de trabalho, para manter a felicidade.
O que você gosta de fazer quando tem tempo livre?
Além do motocross, gosto de passar alguns momentos com minha noiva e meu gato. E também jogar videogame com meu irmão e meus melhores amigos. Muitas vezes com a equipe também, nos reunimos para um churrasco, que adoro!
Sobre o final de semana em Interlagos, onde se acidentou, Rubini afirmou: “Foi o fim de semana mais longo da minha vida, tive de lidar com a dor. Não faria isso sem a ajuda da equipe, eles me deram a força para ir até o fim, serei eternamente grato. Deixei tudo o que podia na pista. O campeonato vai para as últimas corridas”. Rubini está em segundo na classificação geral da MX1, com 8 pontos de desvantagem para o líder Fábio Santos (Yamaha), sendo que a final do campeonato nacional acontece no dia 4 de agosto em ponta Grossa, no Paraná.
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