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Entrevista - Sandro Garcia - Yamaha Monster Energy Geração

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A equipe Yamaha Monster Energy Geração foi lançada em 2012, e coleciona inúmeros títulos nacionais, sendo 9 na categoria MX1 e 4 na MX2 no Brasileiro de Motocross e 5 no Arena Cross, além de um título Latino-americano, entre outros. Entre sua grande estrutura, a equipe possui um centro de treinamento em Biguaçu, na Grande Florianópolis.


Nesta edição nós conversamos com o seu proprietário, Sandro Garcia, que foi piloto e, apesar dos desafios em se manter no esporte e mercado, nunca desistiu. A seguir ele fala sobre seu início no esporte, a parceria com a Yamaha, as conquistas, pilotos e muito mais.


DA – Você está com a equipe oficial Yamaha há muitos anos. Poderia relembrar como surgiu a oportunidade de representar a marca nas competições?

SANDRO – O meu primeiro contato com o motocross foi em uma prova realizada nas dunas do Morro dos Conventos, em Araranguá (SC), minha cidade natal. Essa prova foi no início dos anos 1980, e fui com meu pai e meu irmão assistir. Correram Moronguinho, Nivanor, Gilberto e outros grandes ídolos do esporte. Fiquei impressionado e apaixonado pelo esporte. Na época, eu tinha 10 anos e corria no bicicross. Depois disso, meu foco sempre foi correr ou estar no meio das competições. Mas, sem condições financeiras, as oportunidades não apareceram. Até que, quando completei 14 anos, um tio, minha avó e meu pai se cotizaram e me deram uma Yamaha MX180 com três anos de uso.


No ano seguinte, eu corri com essa moto o campeonato catarinense e venci, na categoria para novatos. E fui escolhido pela Federação como piloto revelação daquele ano, 1986. Mas tudo acabou em dois anos. Participei de parte do campeonato em 85, fui campeão da categoria em 86 e não tive como dar sequência por motivos financeiros. Ainda com 15 anos, depois do término das corridas, ingressei no mercado de trabalho. Mas com o sonho de conquistar a liberdade financeira e voltar para o esporte.


Depois de muito trabalho, foco, disciplina e determinação, conseguimos crescer no mercado de automóveis e motocicletas. E em 2005, além das lojas de automóveis, passamos a representar a Yamaha na Grande Florianópolis (SC). Aí começa a história com o apoio ao esporte! Apoiamos, via concessionária, vários pilotos, o principal foi Pipo Castro. Juntos conseguimos dois títulos na AX1 do Arena Cross, vencendo as equipes oficiais de fábrica.


Também apoiamos Anderson Cidade, Gabriel Gentil, João Ribeiro, João Paulo Feltz e outros. Em 2011, trouxemos o Carlos Campano pra fazer um teste nas últimas etapas do BRMX, com o apoio do meu amigo “Cacau” (Manoel Hermano). Deu muito certo e contratei ele para correr aqui em 2012. A partir dessa data, a Yamaha nos convidou de forma oficial para assumir a equipe que há 20 anos não vencia a MX1, a principal categoria. A primeira formação do time oficial tinha João Paulino Marronzinho, que já era tricampeão da MX1, mais o Campano, que tinha siso campeão mundial da MX3, e João Ribeiro e Gabriel Gentil na MX2. Nesses 13 anos à frente do time, já foram nove títulos na MX1, e quando não ganhamos, brigamos até a última bateria.


Em todos esses anos, quais foram as maiores dificuldades para manter a equipe?

Chegar ao topo é difícil, mas se manter lá é mais difícil ainda. Quando está ganhando, sua equipe é a vitrine. Todos os times vêm se aperfeiçoando ano após ano, com melhores equipamentos, estruturas, motos, pilotos, preparador físico, chefe de equipe, mecânicos, fisioterapeuta, nutricionista, cozinheira, staff completo. Não basta ter só o melhor piloto, tudo que está nesse contexto tem que funcionar bem.


O Campeonato Brasileiro de Motocross tem se alterado ao longo dos anos. Como avalia as mudanças? Algo precisa mudar no campeonato?

O Campeonato Brasileiro melhorou muito nos últimos anos. O calendário das provas tem funcionado bem, com locais bons também, organização muito boa, equipe de profissionais, tanto da CBM quanto da Promox, muito qualificada, com destaque especial para atuação do Pakito e toda sua equipe. No meu ponto de vista, o que pode ser melhorado é incentivar os atletas para que subam para a MX1, que é a principal categoria, mais cedo. Hoje temos o melhor campeonato de motocross da América Latina.


A Yamaha Monster Energy Geração colecionou inúmeros títulos nacionais durante esses anos. A cada ano existe muita pressão para estar no topo?

Sim. Nosso time é o mais vitorioso, possuímos inúmeros títulos, no Arena Cross, Brasileiro de Supercross, Latino-Americano e Brasileiro de Motocross. Sempre destaco muito os títulos da principal categoria do país, que é o título da categoria MX1. De 2012 até aqui, foram nove títulos conquistados. E estamos todos focados para que o Fábio Santos conquiste o décimo título neste ano. Vamos chegar lá.


Fábio Santos, que está na equipe desde a categoria MX2, é um dos pilotos mais rápidos do cenário nacional. Como é trabalhar com o Fabinho?

Trabalhar com o Fábio Santos é uma experiência incrível. Ele é um exemplo de disciplina e comprometimento: está sempre buscando ser melhor, não importa os desafios que apareçam no caminho. O Fabinho é aquele piloto que nasceu para vencer. Ele acredita no talento que tem e, acima de tudo, possui uma característica rara, a mentalidade de campeão.


No esporte, a diferença entre um bom piloto e um grande campeão está justamente nisso, na força da mente. Já convivi com muitos atletas, mas os que mais marcaram e trouxeram títulos para a equipe foram aqueles que tinham uma cabeça diferenciada. O Fábio é um deles. Ele já conquistou seis títulos nacionais conosco – três na MX2 e três na MX1 –, e cada um deles reflete não apenas sua técnica, mas sua determinação em ser sempre o melhor.


Uma equipe de fábrica com mais de um atleta disputando títulos requer um certo equilíbrio na condução do relacionamento entre eles. Como lida com isso?

Já tivemos que administrar ao longo de todos esses anos alguns conflitos sim, mas nada que interferisse nos resultados dos campeonatos. Você sempre inicia o ano com todos tendo muita vontade de vencer. Sempre procuramos prezar por um clima de união entre todos, quem não se enquadra nesse contexto não tem lugar no nosso time. Para um time ser campeão, precisa, primeiro de tudo, estar unido.


A equipe tem um novo chefe nesta temporada, o Alexandre "Dino" Teles, que já havia sido preparador de pilotos do team Yamaha. Como surgiu a oportunidade de ele retornar como chefe da equipe?

Dino já havia trabalhado conosco como preparador físico e agora é nosso chefe de equipe. Dino é um cara focado no trabalho, atleta pra estar com ele tem que ter mente vencedora. Dino é formador de campeões. Hoje, antes de contratar alguém pro time, eu e o Dino estamos priorizando força física e mente forte. Queremos tanques. Não podemos perder nosso tempo com quem ainda não sabe o que quer.


Além de gerir a equipe oficial de uma grande marca, você administra seus negócios em uma economia com altos e baixos. Como é viver com esses dois grandes desafios?

O Grupo Geração hoje é formado por 22 empresas, que vão de concessionárias de automóveis, motocicletas, quadriciclos e bicicletas. Para dar conta de tudo isso, contamos com a nossa diretoria e gerentes, que chamamos de “tratores”. São pessoas que sabem aonde querem chegar, têm paixão pelo Grupo e uma determinação enorme para enfrentar os desafios do mercado. Eles estão sempre em movimento: aprendendo, buscando novas oportunidades, treinando e se reinventando todos os dias.


Esse mesmo espírito levamos para o esporte. A disciplina que aplicamos nos negócios é a mesma que buscamos na equipe. O Dino, por exemplo, é um verdadeiro trator: às 5h30 já está de pé com o time no CT, às 6h toma café com eles, e às 7h já está na pista formando os nossos novos “tanques”. É essa combinação de disciplina, força e mentalidade forte que acreditamos ser a base para crescer, dentro das empresas ou no esporte.


Foto Rodrigo Junior


 
 
 

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