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Entrevista - Gustavo Jacob - Presidente CBM

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Mais uma temporada se aproxima do fim e, em seu segundo ano como presidente da Confederação Brasileira de Motociclismo, Jacob comemora o sucesso dos campeonatos nacionais, que ganham mais prestígio internacional e são considerados entre os melhores do mundo por pilotos internacionais.


E, para fechar com chave de ouro, o Brasil foi muito bem representado nas "Olímpiadas do Off-Road", tanto nos Six Days of Enduro como no Motocross das Nações, sendo que, neste último, o Brasil garantiu outro resultado histórico, o 12º lugar. Diante de tantas realizações, não poderíamos deixar de abrir um espaço para uma conversa com o presidente da CBM.


DA – Podemos dizer que 2025 tem sido um ano incrível para as competições nacionais e que outro grande evento no programa da CBM foi o Motocross das Nações, que aconteceu nos Estados Unidos. Como foram os preparativos para a presença do Brasil na prova?

GUSTAVO JACOB – Realmente, 2025 tem sido um ano de grande evolução para o motociclismo nacional. Conseguimos organizar modalidades que ainda não tinham promotores e estruturamos o calendário. E hoje a CBM atua como deve ser: supervisionando e garantindo a qualidade dos eventos. Em relação ao Motocross das Nações, chegamos aos Estados Unidos com antecedência para organizar toda a logística. Eu, o Pakito, o Elvis e toda a equipe da CBM estivemos presentes uma semana antes, cuidando dos detalhes. Os pilotos também chegaram alguns dias antes para preparar as motos, treinar e se ambientar.


Na temporada passada, a equipe brasileira teve suporte total da CBM pela primeira vez e o Brasil conquistou o que foi seu melhor resultado no evento, a 13ª posição. Como foi essa conquista?

Sem dúvida, foi um marco para o motociclismo brasileiro. A 13ª posição mostrou que temos potencial para competir em alto nível. Claro que não é fácil, porque muitos fatores precisam se alinhar para alcançar um bom resultado. O mais importante é que a CBM assumiu seu papel: incentivar, apoiar financeiramente e estruturar a participação da equipe, sem deixar toda a responsabilidade nas mãos das montadoras. Esse é o caminho para crescermos ainda mais.


Já na edição deste ano do Nações, o Brasil foi representado pelos mesmos pilotos do ano passado: Fábio Santos, Enzo Lopes e Bernardo Tibúrcio, que estão em grande fase em suas carreiras. Como é trabalhar com eles no evento?

É um privilégio. Temos muitos talentos no Brasil, mas não tenho dúvidas de que esses três são hoje os melhores em atividade. O Enzo fez uma temporada brilhante, com um Arena Cross espetacular, mostrando profissionalismo e velocidade. O Fábio é extremamente dedicado, raçudo e, sem dúvida, o piloto brasileiro mais rápido da atualidade. Já o Bernardo, mesmo tão jovem, impressiona pela maturidade, concentração e consciência dentro e fora da pista. Foi um time muito equilibrado, e acredito que não poderíamos ter uma formação melhor.


Como foi a estrutura deles no Nações?

Oferecemos uma estrutura de alto nível. Alugamos motor-homes para que os pilotos ficassem instalados diretamente no circuito, garantindo conforto e praticidade. Também tivemos uma carreta de apoio, para dar suporte técnico e logístico. Os pilotos chegaram cerca de uma semana e meia antes, para adaptação, preparar as motos e ajustar os últimos detalhes. Nosso objetivo era que eles tivessem todas as condições para darem o máximo na pista.


E o Brasil conquistou um novo resultado histórico no Motocross das Nações, o 12º lugar. Como avalia a participação da equipe, que pelo segundo ano consecutivo contou com o suporte da CBM?

Essa colocação foi a melhor da história do Brasil na competição. E, o mais impressionante, é que conseguimos esse resultado enfrentando várias dificuldades. Desde o sorteio da posição no gate para a classificatória, que nos colocou na última posição, até quedas durante as baterias. O Fabinho, por exemplo, largou do final e conseguiu chegar em segundo na primeira curva, quase fez o holeshot. Em outra bateria, o Enzo acabou se chocando com o Bê Tibúrcio na largada e os dois caíram. Apesar de tudo isso, alcançamos um resultado histórico, o que mostra a força e a resiliência da equipe.


Nos Six Days, a equipe brasileira finalizou na 13ª posição. Como avalia o desempenho nesse evento?

O resultado também foi bastante positivo. A prova aconteceu na Itália, com equipes muito fortes e os melhores pilotos do mundo. Foi uma competição difícil, com variações de clima – frio, sol, frio de novo – que exigiram bastante dos atletas. Mesmo assim, conseguimos finalizar em 13º lugar. Os estreantes, Renato Paz e Luciano Rocha, tiveram um desempenho muito bom. Acredito que com o aprendizado neste ano, temos tudo para melhorar ainda mais na próxima edição. E vamos trabalhar muito para isso.


Estamos na reta final da temporada 2025. Como avalia as competições nacionais neste ano?

A temporada ainda não terminou, temos ainda pela frente etapas de motovelocidade, enduro, velocross... Mas, até aqui, considero que foi um ano muito positivo. Sempre reforço a importância da melhoria contínua. Não podemos achar que já chegamos ao topo, quem pensa assim já está ficando para trás. O enduro evoluiu bastante este ano, e teremos um novo promotor para a modalidade em 2026. O motocross segue em crescimento, a motovelocidade também. Então, de forma geral, avalio como uma temporada bastante sólida para os campeonatos nacionais.


E quais são as expectativas para a próxima temporada? Teremos novidades?

Sim, temos boas perspectivas para 2026. Vamos fortalecer o Campeonato Brasileiro de Enduro, com um novo promotor, e também fizemos mudanças na direção do velocross, o que deve trazer melhorias. Estamos retomando o Campeonato Brasileiro de Cross Country, o que é uma ótima notícia. Além disso, vamos começar a trabalhar desde o início do ano na preparação para os Six Days e para o Motocross das Nações, com foco em excelência. Nossa intenção é levar, pela primeira vez, uma equipe feminina e uma equipe júnior para representar o Brasil nos Six Days. E temos outras novidades em desenvolvimento, que serão anunciadas ao longo dos próximos meses.


 
 
 

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