Entrevista - Guilherme Bresolim
- DirtAction
- 21 de jun. de 2023
- 3 min de leitura

As primeiras etapas da categoria MX2 do Brasileiro de Motocross mostrou que este será um ano de renovação, com as três primeiras colocações conquistadas por jovens em início de carreira na categoria. Em Sorocaba, cidade paulista que recebeu a etapa de abertura do campeonato, Guilherme Bresolin, 17 anos, piloto da equipe Yamaha Geração, venceu as duas corridas e é o líder da MX2, lembrando que ele foi o vice-campeão em 2022.
Desde a primeira etapa, ele se mostrou mais confiante e seguro e que está pronto para disputar o título da temporada. Aproveitamos seu bom momento para conversarmos com o Guilherme, para conhecê-lo melhor e saber como foi a temporada passada e o que espera para este ano. Acompanhe nosso bate-papo com este jovem piloto que vem evoluindo com uma trajetória que aponta para o título do campeonato.
DA – Como você entrou no motociclismo off-road e nas competições?
GUILHERME – Meu pai começou a fazer trilha com amigos e parentes e acabei me interessando pela modalidade. Queria muito uma moto e meu pai acabou me dando uma. Passei a andar nas trilhas e um dia um mecânico sugeriu que eu participasse em uma prova regional, no Rio Grande do Sul, numa Copa Verão. Conquistei o terceiro lugar na corrida e, desde então, nunca mais parei de andar de moto e competir.
Você foi o vice-campeonato na MX2 no ano passado. O que faltou para conquistar o título?
Penso que o principal fator foi a falta de experiência e tive problemas com o “arm pump” (síndrome compartimental no antebraço), que prejudicou minha pilotagem. Durante toda a temporada o meu braço travou, mesmo nos treinos, e não conseguia andar como queria. Foi um período bem difícil.

Na primeira etapa deste ano, você venceu as duas provas da MX2. Como foi esta abertura?
Foi muito positiva, esperava por isso. Foi bem legal conseguir ganhar sem arriscar e, então, fiquei feliz com o resultado da primeira etapa.
Quais foram os pontos positivos e negativos dessa prova?
Como disse, o positivo foi que eu não precisei me arriscar para ganhar. O ponto negativo foi que eu queria muito vencer na prova da Elite, mas não quiz arriscar e prejudicar meu resultado na MX2, pois a corrida estava muito perigosa com o sol batendo no rosto. Na prova inteira eu não consegui dar o meu máximo.
Apesar de estarmos ainda no início do campeonato, quem são seus principais adversários na disputa pelo título?
Neste começo de campeonato é difícil falar sobre o maior adversário, dar um nome, pois todos procuram dar o seu melhor e andar no máximo. Mas no desenrolar do campeonato os oponentes ficarão mais definidos.
Você mudou alguma coisa no seu treinamento para esta temporada? Sente-se melhor preparado para a disputa do título?
Acho que estou treinando um pouco mais com a motocicleta, e isso tem sido importante. Também procurei fazer treinos no exterior, que também foi bom para mim. O piloto tem sempre que procurar evoluir e foi isso que procurei fazer na pré-temporada.
E na sua Yamaha? Mudou algo?
Ela mudou sim, hoje está como eu quero: forte, controlável e confiável. Afinal de contas, foram três anos pilotando motos da Yamaha, com muitos testes e acertos. Acredito que encontramos o “setup” perfeito para o meu estilo de pilotagem, estou me sentindo muito confortável nela e seu comportamento me passa muita confiança. São quatro anos que ando com a Yamaha, sendo três de desenvolvimento com a equipe e os últimos dois anos fazendo parte da equipe oficial. Acredito que conseguimos uma grande evolução na minha motocicleta, adaptando-a para a minha pilotagem.
Alguns pilotos buscam treinar no exterior ou mesmo fazer uma carreira internacional. Você tem alguma intenção de competir lá fora?
Sim, muita. Sempre foi meu sonho competir lá fora. De ser o melhor piloto possível para buscar uma carreira no Mundial ou no AMA. Acredito no meu potencial. No ano passado começamos a buscar atividades no exterior buscando mais evolução, e fui para o Mini O’s, nos Estados Unidos. Neste ano eu fui para a Espanha, treinar com o Carlos Campano e participar em provas do Campeonato Espanhol. Recentemente também participei de provas classificatórias para o Loretta Lynn, nos Estados Unidos, e consegui a classificação. Foi bem positivo, pois competimos com pilotos de alto nível e as provas são um pouco diferentes. Tudo isso acaba contribuindo para a minha evolução. Sempre vou andar bastante no Brasil, buscando, quem sabe, poder fazer uma boa carreira no exterior.
O que você gosta de fazer quando não está competindo ou treinando?
Sempre procuro estar com a minha família, ainda mais agora que estou viajando mais e ficando mais tempo longe deles. Sinto saudades. Então, procuro estar com eles para me divertir, pois sei que tenho que me dedicar bastante para evoluir no esporte. Tento aproveitar cada minuto com a minha família.
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