Entrevista - Fábio Santos
Ele é o piloto mais rápido do cenário nacional atualmente e tem em sua carreira os principais títulos nacionais, além do latino-americano e grandes participações no Motocross das Nações. Nesta temporada, ele garantiu mais um título, o terceiro na poderosa e competitiva categoria MX1, mesmo enfrentando talentos internacionais, e novamente representou o Brasil no Nações que aconteceu na Inglaterra, contribuindo para a classificação do País na prova.
Fabinho brigou pelo título até a última prova da temporada, mesmo tendo que lidar com problemas de saúde durante o ano. Voltamos a conversar com o supercampeão, que já acumula seis títulos brasileiros e grandes participações no maior evento de motocross do planeta, o Motocross das Nações.
DA – Este foi mais um ano de muitos desafios até chegar ao título. Como avalia a temporada?
FABINHO – Foi uma temporada bem complicada, mas de muito aprendizado. Tive um início de temporada bem difícil, tanto nas competições no exterior quanto aqui no Brasil. Os resultados não vinham e nada dava certo, mas continuamos trabalhando e alcançamos nosso objetivo.
As provas em Interlagos foram decisivas para a última etapa. Houve uma nova estratégia para essas provas?
Na verdade, não cheguei em Interlagos bem preparado. Estava começando a me recuperar da dengue e não me preparei como gostaria. Mas eu estava muito forte mentalmente e acho que isso fez a diferença.
Você acabou de conquistar o bicampeonato. Foi preciso realizar muitas mudanças na sua motocicleta deste ano ou ela é praticamente a mesma do ano passado?
Na verdade, mudei tudo! Fui campeão em 2021 e não mudei nada para 2022, mas senti que faltou algo que deveria ter testado ou evoluído. Para este ano eu resolvi testar muitas coisas e acabou que nada deu certo. Acabei voltando aos acertos do ano passado e, por isso, foi um início de temporada bem difícil para mim.
Comentou-se muito sobre as pistas deste ano. O que achou dos circuitos desta temporada? Alguma preferência?
Acredito que no ano passado nós tivemos pistas mais técnicas e difíceis. Para mim, quanto mais difícil e mais técnica, melhor. Me divirto mais e, no final, é até mais segura do que uma pista fácil, que iguala muito os pilotos.
Na quarta etapa, você teve os piores resultados do ano, quarto e sexto lugares. O que aconteceu em Palmas (TO)?
Palmas tinha tudo para ser uma das melhores etapas para mim, pela alta temperatura, mas acabei pegando dengue e não tinha energia nem para caminhar nos boxes. Ainda caí em ambas as baterias, o que complicou ainda mais os resultados.
Seu maior adversário neste ano foi o francês Stephen Rubini. Como foi disputar o título com ele?
Foi divertido, um piloto rápido, talentoso e com uma grande bagagem em Mundial e AMA Motocross. Ele fez com que a gente trabalhasse mais para manter o título no Brasil.
Há muitos comentários a favor e contra sobre a presença de muitos pilotos estrangeiros no Brasileiro. Qual é a sua opinião?
Sempre fui daqueles que apoiam os gringos no Brasil. Se não fosse eles, acredito que eu não estaria no nível que estou hoje. Acho que temos que continuar tendo gringos competindo na MX1, para que o nível dos pilotos brasileiros continue evoluindo.
Você representa a Yamaha há muitos anos. Como tem sido essa parceria ao longo dessas temporadas?
Já são dez anos de Yamaha para mim, acho que nem nos meus melhores sonhos imaginava chegar onde cheguei e conquistar tudo o que venho conquistando e realizando. Com a Yamaha, me sinto em casa, em família. Sempre que preciso, eles estão ali para estenderem a mão e me ajudar no que for preciso. Acho que isso faz a diferença. Sei que posso contar com pessoas incríveis e sou extremamente grato à toda a família Yamaha Monster Energy Grupo Geração.
Você foi convocado novamente para integrar a equipe brasileira do próximo Motocross das Nações, que aconteceu no início de outubro, na Inglaterra. Como recebeu essa convocação?
Muito feliz e grato pela oitava convocação e sétima participação no MXoN. Era um dos meus objetivos estar no Nações este ano, e já tinha recebido o convite na primeira etapa do Brasileiro de Motocross, o que me manteve animado e motivado para chegar bem preparado no Nações.
Você teve como companheiros de equipe neste Nações, o Enzo Lopes e o Bernardo Tiburcio. Como foi ter eles como companheiros?
São grandes pilotos, de alto nível, e pessoas boas de se conviver também. O time do Nações sempre tem algo especial também, porque a gente vira um trio com o mesmo objetivo, primeiro é classificar o país para as finais de domingo, e depois fazer um bom resultado.
Mais uma grande participação da equipe brasileira no Nações neste ano, com o melhor resultado do País na prova. Como foi essa nova edição do Nações?
É exatamente o melhor resultado do Brasil. No domingo eu não fui bem, mas na classificatória eu e o Bê (Bernardo Tibúrcio) salvamos o time, e no domingo o Enzo salvou o time. Então é isso, um ajudando o outro, Motocross das Nações é isso. Estamos bastante felizes, conseguimos o melhor resultado e agora é comemorar, afinal de contas, missão cumprida.
Após mais um título e a convocação para o Nações, quais são os planos para 2025?
Mais títulos, mais MXoN e mais corridas internacionais (risos). Sem muito segredo, continuar buscando a evolução e alcançar novas metas e objetivos!
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