Entrevista Exclusiva - Enzo Lopes e o Nações

Enzo Lopes foi convidado novamente para representar o Brasil no maior evento de motocross do planeta, o Motocross das Nações, na categoria MXGP, que acontece entre os dias 04 a 06 de outubro na Inglaterra. Ele, juntamente com os companheiros, Fábio Santos (Open) e Bernardo Tibúrcio (MX2), além do piloto reserva, Leonardo Souza, têm a missão de buscar a classificação na prova.

Enzo está afastado das competições internacionais em virtude dos problemas em seu braço praticamente desde o início da temporada, apesar que ele competiu em etapas do Brasileiro de Motocross, em Interlagos (SP), conquistando vitória na MX2. Ele afirma que seu braço ainda não está 100%, mas que está preparado para dar o seu melhor no Nações. Aproveitamos a sua preparação para a prova e conversamos com ele sobre essa convocação.

DA - Como foi receber a convocação para o próximo Motocross das Nações, que acontece entre os dias 04 a 06 de outubro na Inglaterra?

Enzo - Foi incrível. Receber a convocação para representar o Brasil é sempre um sentimento único. Fiquei muito, muito feliz, por mais que este tenha sido um ano atípico para mim, com a minha lesão que não permitiu eu correr muito. E ser convocado pelo comitê para representar o Brasil pela minha quarta ou quinta convocação é gratificante. É só estando lá representando a nossa Nação para as pessoas realmente sentirem isso. Vou dar meu sangue não só por mim, mas por todo mundo, por todo o Brasil!

DA - Neste ano a equipe foi selecionada e será enviada para à prova pela própria CBM. O que achou dessa novidade?

É um comitê, enfim, um time. Vai ser organizado pelo Gui, Cale e pelo Fernandinho, além do Jacob (presidente da CBM), o Firmo entre outros. Eu tenho conversado com a organização, está tudo bem corretíssima. Achei muito bacana. Espero que siga assim pelos próximos anos. Enfim, acho que o Brasil e nosso esporte merecem isso. O Brasil, nosso esporte, os pilotos merecem isso, o público merece isso. Então eu estou achando essa novidade muito boa e é o início de uma coisa muito boa para todos nós.

DA - A comissão técnica da equipe é composta pelo Guilherme Kyrillos, Cale Neto e Fernando Silvestre. O que achou dessa equipe? Vocês já discutiram algo sobre a prova?

Na verdade, por enquanto, todas nossas discussões têm sido sobre a organização, sobre as motos, falei um pouco com o que li sobre a pista, sobre o terreno, sobre a diferença dos pneus, e a escolha dos pneus também. Isso é para o set up das motos, se eu levaria ou não minha suspensão, enfim, a gente tem organizado tudo isso. As coisas estão bem organizadas e tem tudo para ser uma corrida histórica para todo mundo.

DA - Com qual motocicleta você vai competir no Nações?

Foi competir com a Yamaha YZ 450F.

DA - Como você disse, vai competir na categoria MXGP, com motos de 450cc. Como está sua preparação com esta motocicleta?

Vou na categoria casca grossa, e a minha preparação tem sido, eu diria, muito boa. Me sinto muito bem com a 450. Comecei a treinar com ela já fazem uns 3 meses e no início foi um pouco diferente, porque eu andei minha vida inteira de 250, mas eu acho que meu estilo de pilotagem, que é mais suave, se encaixa bem. Treinar, treinar, treinar com ela, por exemplo, não adianta só falar. Espero que tudo que eu tenha treinado e preparado seja transferido lá na pista, nas baterias no Nações.

DA - Como será a estrutura para vocês na prova? Vão contar com o apoio de alguma equipe de fora?

Sim, vamos ter o suporte da equipe Yamaha VRT (equipe satélite que participa do Europeu MX 250 - EMX250). 

DA - Nesta temporada você esteve praticamente afastado das competições, em virtude de um problema no seu braço. Como está sua recuperação?

Minha recuperação tem sido boa, mas muito lenta. Na verdade, já faz quase um ano que eu fiz o procedimento errado no meu braço, mas acho que tudo acontece por um motivo. Meu braço não está 100% e acredito que nunca mais vou ficar com força nos meus dedos, mas está bem melhor do que antes. Então, só tenho a dizer graças a Deus por isso e continuar trabalhando para que eu consiga continuar fazendo o que mais amo na vida.

DA - Você tem como companheiros de equipe, Fábio Santos e Bernardo Tibúrcio. O que achou da convocação deles para o Nações?

São pilotos extraordinários. Os resultados deles neste ano no brasileiro falam por si só, acho que a equipe tem um potencial muito, muito grande. Eu estou muito feliz de ter eles como meus companheiros de equipe este ano.

DA - E qual a sua expectativa no Nações deste ano?

A minha expectativa é grande, como disse, vou dar o meu sangue e minha alma pelo nosso país, pela nossa Nação, dar o meu melhor. E eu tenho certeza que dando o meu melhor, o resultado vai ser muito bom. É fazer tudo o que eu faço no treino, repetir no dia da corrida, porque todo mundo sempre tem dificuldade. Com isso, acho que eu consigo impor tudo que eu faço nos treinos, no dia da corrida, acho que tem tudo para ser um dia histórico, não só para mim, mas o time todo.