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Entrevista especial - Bruno Crivilin e o 6Days

DirtAction

Foto Mateus Pereira/Mundopress

Depois da série "Team Brasil no Nações", a partir de agora iniciamos outro tema, "Brasil no Six Days", lembrando que no próximo fim de semana acontece o Six Days na Espanha, e vai receber mais de 30 nações de 6 continentes, reunindo 600 pilotos de enduro, incluindo estrelas mundiais, os "Pros", lutando por sua nação, e amadores habilidosos competindo por seus clubes. E o Brasil vai estar bem representado nesta edição do 6Days, com Bruno Crivilin, Patrik Capila, Vinícius Calafati e Joaquim Neto, tendo como chefe de equipe o experiente Fernando Silvestre.


E para iniciar a série, conversamos com o capixaba e super campeão de enduro, Bruno Crivilin. Acompanhe esta primeira entrevista do "Brasil no Six Days".


da - Mais uma convocação para o Six Days. Como é fazer parte da equipe brasileira por tanto tempo?

Crivilin - É, mais uma convocação. Acho que desde 2017 eu só não estive em uma edição da prova, porque eu não pude correr em 2022. Então, é um privilégio, né? Eu fico lisonjeado em estar podendo sempre representar o Brasil no Six Days e fazer parte da seleção, levar nossas cores no mais alto nível do mundo. A competição que teoricamente é as Olimpíadas do Enduro. Cada país faz o seu melhor time. É realmente muito significante e importante pra mim.


da - Neste ano você conta com os companheiros Vinícius Calafati, Patrik Capila e Joaquim Neto. Como está sendo a preparação com eles para a prova?

Acredito que esse ano a gente tem o time mais forte possível. No início do campeonato a gente era os quatro primeiros na Classificação Geral do Campeonato Brasileiro, depois o Joaquim acabou tendo uma lesão e ficou um pouco fora do ritmo, mas já voltou bem, já está bem de novo. Eu convivo muito com o Calafati, a gente praticamente treina o ano inteiro junto. A gente mora aqui em Belo Horizonte e o Patrik também é daqui, então é um time que está bem entrosado, o Joaquim sempre treina com a gente, tivemos alguns treinos para os Six Days, mas a gente treina praticamente o ano inteiro junto. Então a gente se conhece, sabemos os nossos pontos fortes e fracos. Eu acho que é uma seleção que promete, se tudo der certo, superar o melhor resultado que a gente já tem, que é o oitavo lugar entre as seleções.


da - Esta edição do Six Days acontece na região da Galiza, na Espanha. Conhece o local?

O Six Days deste ano será na Galícia, perto de Santiago de Compostela, onde eu já tinha corrido uma etapa do Mundial em 2018 e depois eu acabei correndo mais dois anos seguidos em Lalin, que é na mesma região. Então conheço um pouco o terreno, já sei mais ou menos o que a gente vai enfrentar, e isso é muito bom, isso é um ponto positivo que eu já sei mais ou menos ajuste, acerto de moto, que pneu usar, e pode ser que ajude o time também.


da - Como será a estrutura da equipe no Six Days? Vocês vão ter suporte de alguma equipe da Europa?

Esse ano o time inteiro, todos os 4 pilotos da seleção vamos ter o suporte e assistência técnica da mesma equipe, isso é uma grande vantagem. A gente vai ter a assistência da equipe JET Zanardo, com o Franco (Mayr), que já tem praticamente 30 anos de Mundial de Enduro, a equipe dele já conquistou vários títulos mundiais. Eu já tinha feito essa assistência com ele, eu e o Calafati fizemos no Six Days do ano passado, na Argentina. E eu já tinha corrido com a equipe dele em 2018 também, então conheço bastante os italianos, conheço bastante ele, e isso facilita muito. Sem dúvida, acho que o que a gente pode ter de melhor, a gente vai ter.


da - Olhando para as suas participações anteriores no Six Days, qual você considera aquela que foi a mais impactante?

Eu já participei de cinco edições do Six Days, essa será a minha sexta participação, mas eu acho que a mais impactante pra mim foi realmente minha primeira em 2017, na França. Tinha 14 anos que o Brasil não enviava uma Seleção pro Six Days e na França foi onde a gente conseguiu o oitavo lugar, que foi a melhor colocação do Brasil na história. Por ter sido o meu primeiro Six Days, por ter sido o melhor resultado foi bem marcante. Teve outras também, sem tirar o mérito ou a importância de uma ou outra, mas para mim, foi na França. Mas eu espero que esse ano, na Espanha, supere ela.


da - Qual a sua expectativa para o Six Days?

Eu não costumo criar muita expectativa, eu só entro confiante. A gente tá com um time muito forte e, lógico, eu tenho a disputa pelo resultado individual também. Mas eu espero realmente ter um resultado muito importante como seleção e o individual depois acontece. Mas estamos confiantes, o time está muito bem. Nós quatro andamos bastante no mesmo ritmo, então não é, teoricamente, o ritmo mais alto da corrida, mas é um ritmo forte com os quatro pilotos, então isso eu acho importante, porque muitas seleções tem um cara muito rápido, mas outros com um nível mais baixo, então a gente tá mais ou menos no mesmo nível, e isso pode ajudar bastante o resultado final.


da - Quem são os patrocinadores da equipe para este Six Days?

Os meus patrocinadores pessoais são a Honda Racing Brasil, a Red Bull, Itaminas, ASW Racing, Pró Honda, Eleveit, X-Brand, Pod e Z2, que são praticamente os mesmos do Calafati. E os patrocinadores da seleção, que está apoiando todos os quatro pilotos são a BorilliRacing e o Rôia da Importada. Quero ressaltar também que esse ano a CBM está entrando com bastante força, está ajudando bastante a gente, foi fundamental pra viabilizar a nossa participação na prova. Inclusive está ajudando a viabilizar com os custos da inscrição, da Licença FIM, e algumas outras coisas, isso nunca aconteceu em nenhuma das minhas outras participações.


da - Depois de quatro anos competindo no Mundial, como foi voltar definitivamente para o campeonato brasileiro?

É, depois de quatro temporadas na Europa, apesar das duas primeiras eu estar bastante presente aqui no Brasil também, mas nas duas últimas não, este foi um ano um pouco diferente, mas com bastante corridas. Eu tentei preencher meu calendário da maior forma possível, porque quando eu morava lá eu fazia sempre no mínimo 14, 15 corridas por ano, e aqui acaba que o nosso calendário é um pouco menor, mas eu tentei entrar em outras modalidades, fazer outras corridas e estar sempre correndo. Ficar em casa, ficar mais perto dos meus amigos daqui, ficar com a equipe daqui pra mim tem sido bom. Acaba que eu fui pouco em casa ver minha família por causa desses compromissos, por essas viagens, mas acho que isso faz parte do momento, eu tenho que entender que agora é a hora de realmente correr muito de moto e depois eu vou ter tempo pra eles, mas é isso, estou feliz de estar aqui de volta e podem aguardar aí que vem grandes novidades pro ano que vem.



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