Entrevista - Enzo Lopes
O piloto gaúcho Enzo Lopes decidiu encarar os pilotos estrangeiros em seus campeonatos ainda jovem e pouco a pouco foi ganhando espaço na mídia internacional, até conquistar destaque internacional e defender equipes de ponta. A partir desta temporada, ele vai encarar mais um grande desafio, o de representar uma equipe oficial, a Star Racing Yamaha!
Neste grande momento da sua carreira internacional, não poderíamos deixar de conversar novamente com este grande nome do esporte nacional. Acompanhando a sua trajetória desde o motocross amador, sabemos como ele enfrentado desafios para chegar até aqui. Vale pontuar que esta entrevista foi realizada antes dele abandonar a abertura da sua região, ainda sentindo com a lesão no braço.
DA – Você havia renovado o contrato com a equipe ClubMX há alguns meses. Como surgiu essa oportunidade e como foi a negociação com a Star Racing? E quanto ao distrato com a ClubMX?
ENZO – Não foi nada fácil. Eu estava passando alguns dias no Brasil, para descansar, antes de iniciar a pré-temporada com o Club. Foi quando recebi uma ligação da Star me oferecendo uma vaga na equipe. E começamos as negociações. Logo me preocupei porque tinha assinado com o Club para 2024, mas imaginava que haveria alguma forma de fazer o distrato. O Lucas, meu agente – o mesmo dos irmãos Lawrence e do Jo Shimoda, dentre outros – começou a trabalhar em cima de uma cláusula que me permitia romper contrato com o Club. Tudo absolutamente legal. Foram dias de muito estrese, com os advogados discutindo... Demorou um pouco, mas no final conseguimos o distrato. Apesar dos pesares, foi uma conquista muito importante, há muito tempo almejada. Me fez rever toda a minha carreira, desde amador, e minha trajetória foi recompensada com essa conquista. Sou grato demais ao ClubMX, por ter elevado meu nível de pilotagem. Ela é realmente uma grande equipe, mas preciso dar um passo a mais na minha carreira.
Você foi bem recebido pelo pessoal da Star Racing e seus companheiros de equipe? Como é seu relacionamento com eles?
Sim, fui muito bem recebido. Como sou tímido, levou uns dois dias para me entrosar com todos, mas agora me sinto bem à vontade, fiz uma boa amizade com o (Daxton) Bennick e com o (Haiden) Deegan. Eu precisava de pessoas com quem pudesse relaxar e me divertir nas horas de folga.
O que achou da sua nova moto? Como compara a sua a moto de 2023 e com a atual?
Bom, eu me apaixonei pela Yamaha desde a primeira vez que competi com uma. A moto do Club era muito especial, mas não tem como comparar com a da Star, que é uma moto excepcional! Sou um cara alto e pesado, e agora não preciso fazer tanta força para largar e correr. Me adaptei muito bem à moto.
Como está sendo a sua rotina de treinamento? Sente alguma pressão por parte dos treinadores?
Tem sido muito legal. O treino com a moto é muito intenso, no pedal também, sempre com os companheiros de equipe. Será uma pré-temporada bem forte, com treinos bem pesados, tudo para estar 100% preparado para a temporada 2024. A pressão sempre existiu, em todas as equipes. Eles me contrataram para ser um piloto de ponta, mas já estou muito acostumado com a pressão, pois cresci com o meu pai, Leo, sempre me fazendo dar um passo a mais, dentro e fora das pistas (risos).
Seu contrato com a Star é somente para 2024?
A princípio, sim. Mas a minha intenção é conseguir resultados que favoreçam uma renovação para 2025.
Vai competir somente o supercross? Em qual costa?
Por enquanto, vou competir somente no supercross, mas tudo pode acontecer durante o ano de 2024. Pode ser que haja uma decisão conjunta para eu competir no MX também.
Quanto ao Mundial de Supercross, você tinha chances de conquistar o campeonato, mas não pôde continuar participando. Essa decisão foi sua ou da nova equipe?
Pois é, não vou mais participar do WSX. Isso foi realmente uma pena. Mas nem sempre ganhamos todas. Foi uma decisão da equipe, que fez todo sentido.
Seu número será o 50. O que acha dele?
Já usei esse número em 2021 e realmente não ligo muito para isso. Se eu pudesse escolher, seria 16 ou 66, números que sempre gostei.
A pista da Star Racing fica na Flórida, onde você está morando. Está morando só?
Estou morando em Tallahassee, capital da Flórida, bem pertinho da pista e do QG da Star. Aluguei um apartamento e estou morando sozinho. Pelo menos me livrei do Phil (Nicoletti), quem morava comigo na Carolina do Norte (risos).
Aproveito para agradecer a todos que torcem por mim. Conto com a torcida de todos em 2024!
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