Mãe de piloto: Como é ter um filho na equipe Honda Racing?
Nas pistas de asfalto ou de terra, elas são as fãs número um dos atletas. As mães dos pilotos vivem fortes emoções nos bastidores da Honda Racing, a mais tradicional equipe do motociclismo no Brasil. São elas que acompanham os filhos desde o início da carreira e sabem, como ninguém, os desafios que envolvem o caminho até o lugar mais alto do pódio. Para celebrar o Dia das Mães (12 de maio), essas mulheres falam sobre a adrenalina e o orgulho de ter um filho piloto. Confira:
Rose e Eric Granado
Ela acompanha todos os movimentos do caçula Eric Granado, piloto desde os cinco anos de idade. Integrante da equipe Honda Racing de Motovelocidade, o paulista atual bicampeão do SuperBike Brasil tem hoje 22 anos e uma rotina intensa, com atividades no Brasil e no exterior. “Ser mãe de piloto é sofrer por antecipação. Conheço os trejeitos dele e sei quando ele está bem ou quando não está. Sempre rezo bastante para que só aconteçam coisas boas”, conta Rose Granado. Para ela, um dos momentos mais marcantes foi quando Eric conquistou o título do Campeonato Europeu de Motovelocidade, na Moto2, em 2017. “Independente da carreira, as mães têm que acreditar no potencial dos filhos e incentivar. Acima de tudo, queremos ver nossos filhos felizes”, complementa.
O filho reconhece a importância de Rose em sua carreira. “Tive muita sorte desde pequeno de ter o apoio da minha mãe. Ela trabalha comigo e muita coisa não aconteceria sem a presença dela. Fico muito lisonjeado em tê-la por perto. E se não acelero direito, ela fica brava”, brinca Eric Granado. Foto Ricardo Santos
Neila e Tunico Maciel (foto na abertura)
Uma mãe que nunca imaginou o filho como piloto de moto é Neila Maciel. Hoje, ela é fã número um do atual campeão do Rally dos Sertões, o Tunico Maciel, da equipe Honda Racing de Rally. “Um dia ele chegou e me disse: mamãe, você vai ter muito orgulho de mim com a moto. De fato, isso está acontecendo. Com o passar do tempo, vi que que ele realmente gosta do que faz, se dedica bastante e com muita responsabilidade. Espero que ele sempre continue sendo essa pessoa humilde e que traga muitas alegrias e emoções”, ressalta Neila.
Com ótima relação com a mãe, o mineiro Tunico revela que gosta de ser mimado. “Moro junto com ela, que sempre faz o que eu adoro comer. Por conta dos treinos e corridas, nem sempre é possível dar a atenção necessária. Mas ela entende que é a minha profissão. A aceitação no começo não foi fácil e meu pai chegou a me dar escondido uma moto. Aí ela viu que fui evoluindo e começou a gostar do esporte. Hoje ela conta para as amigas que é mãe de piloto e sempre que tem uma prova por perto, ela vai”, evidencia. Tunico recentemente se formou em Engenharia Agrícola, também com apoio e incentivo da mãe.
Otilia e Leonardo Souza
A conexão do piloto da equipe Honda Racing de Motocross, Leonardo Souza, com a mãe Otilia é intensa. “Ele é o meu mais novo, temporão, e chegou logo depois que passei por uma cirurgia no coração. Havia a possibilidade de nem eu e nem ele sobrevivermos, mas felizmente estamos aqui e o Leo é o orgulho de toda a família”, diz Otilia, que é um pouco conselheira, psicóloga, enfermeira e faz de tudo para ajudar o filho a seguir em frente no seu sonho.
Além de mãe de piloto, ela é integrante da equipe, responsável pela alimentação de todos no centro de treinamento e também durante as corridas. “Desde 2018 trabalho com o time e isso é muito bom, porém a ansiedade aumenta. Não só pelo Leo, mas por todos os outros meninos. Acabei virando mãe de todos”, destaca Otilia.
“Ter a minha mãe por perto é uma motivação a mais para mim. Não me sinto mais pressionado por isso, já que durante os treinos e corridas agimos de forma profissional. Sempre que podemos, estamos juntos e agradeço muito por ela me apoiar”, completa o catarinense Leonardo.
Cleudiva e Bárbara Neves
Desde criança, a goiana Bárbara Neves, piloto da equipe Honda Racing de Enduro FIM, sempre frequentou trilhões e corridas de moto para acompanhar o pai. “Tudo aconteceu de forma sequencial. Ela começou a brincar com a moto, passou a participar de competições e para mim foi algo natural”, relata a mãe Cleudiva Neves.
Já Bárbara, que neste ano se tornou a primeira mulher piloto oficial da Honda no Brasil, lembra a preocupação da mãe. “Ela perguntava se tinha certeza que era isso que eu queria. Quando sofria alguma queda, ela sempre dizia que não ia mais me deixar competir. Mas eu falava que era a coisa que mais gostava de fazer na vida. Aí não teve jeito. Hoje ela torce e grita, inclusive já até passei vergonha por isso”, conta a campeã latino-americana feminina de Enduro FIM.
“Admiro minha filha pela dedicação, por ser uma linda mulher e superar muitos homens nesse esporte. Sempre que posso estamos juntas, mas devido ao trabalho e aos outros filhos menores não dedico toda a atenção que gostaria a ela. Mas eu acompanho tudo, compartilho os vídeos e resultados. Sou mãe coruja”, finaliza Cleudiva.